quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Novo ataque das bruxas na Vargem Pequena

Contado pela pessoa que foi a protagonista do fato acontecido. Acredito, porque a conheço de longa data, pois,trabalha comigo há mais de 30 anos.
Contou-me ela que, quando morava na Vargem Pequena (bairro aqui),  em Florianópolis, tinham em sua casa, um galinheiro com várias galinhas.
Começou a observar, que em quase todos os dias, ao final da tarde, as galinhas começavam a cocoricar com muita intensidade e corriam em círculos, como se tivesse alguém no meio delas.Ia subindo tanto a intensidade do barulho como o girar das penosas,que chegava a assustar.
Ao final da gritaria, quando as galinhas se acalmavam, sempre estava faltando uma galinha...!
Aquilo continuava acontecendo por semanas...
Até que certo dia ao conversar com sua mãe, contou~lhe o que vinha observando e esta lhe disse que era trabalho de bruxa!
Meio incrédula, mas aproveitando a passagem de um vendedor de alhos, rapidamente ela resolveu experimentar e comprou todo o estoque de alhos a venda. Tinham muitas réstias e alguns alhos soltos.
Com este material, cercaram ao redor do galinheiro, pendurando as réstias e amarrando alhos em sua entrada.
Ficaram atentas aguardando o final da tarde....mas, naquela tarde nada aconteceu....nem no outro dia... outra vez, nada aconteceu...assim se sucedendo as tardes.
Ao final de 06 dias, decidiram fazer uma fogueira, no mesmo horário e nela queimaram algumas cabeças de alho.
O cheiro foi longe...
E aconteceu o que sua mãe lhe ensinara: nesta mesma noite, uma senhora, que morava nos arredores, apareceu pedindo ajuda porque sua boca estava toda queimada....Sinal claro que havia sido descoberta a BRUXA.

Depois disso, nunca mais houve alvoroço e nem sumiço de galinha, naquele galinheiro.

E...as bruxas atacam....na Ilha da Magia e das bruxas.Representação de Franklin Cascaes.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Meu Vovô Othon

Muitos  me perguntam como era Othon da Gama Lobo d’Eca, meu avô na intimidade???
Eu só conheci um Othon :o meu avô! O meu amado Vovô.

Pensem em um sujeito magro, longilínio, alto, de nariz grande, boca carnuda, careca e com alguns fios que sobravam bem pretos, amoroso, louco por animais, leitor voraz, uma letra horrorosa, pianista que emocionava, um apaixonado por porcelanas, muito conversador, escritor, professor. juiz de direito, chefe de policia, Secretario de Estado, artista, pintor, visionário, idealista e muito inteligente mais acima de tudo isso:amante a sua família. Este era meu Avô.

Lembro que quando ele chegava  em casa todos os espaços eram  preenchidos, a música vibrava, sua voz ecoava feliz, os bichinhos piavam e a casa ficava iluminada.
Sua casa estava sempre cheia, com seus filhos e netos e amigos e conhecidos. Sua voz forte e melodiosa fazia o barulho que queriamos escutar: brincando e contando coisas. Sempre o esperavámos escondidos na copa, daquela casa (que me parecia enoooorme...coisa de criança...) porque sabíamos que sempre vinha junto, no seu bolso esquerdo da calça, escondido pelo paleto jaquetão, aquelas bengalas doces e coloridas...vibrávamos.
Nossas mães ficavam brabas... “-Papai: Olha os dentes da meninada!!!!!”e ele dava risadas e gostosamente se encaminhava para a escada, na parte traseira da casa e lá seguiamos juntos, dando risadinhas e abraçandos as suas pernas para  irmos ao seu viveiro.
Neste caminho as bengalas saltavam de seu bolso e nós as atacavamos....Ainda sinto aquela doçura toda em meus labios e as mãos todas meladas.Que deleite!
O viveiro era seu lazer em casa. A época não haviam impedimentos em se ter animais aprisionados e ele os tinha num grande viveiro.Será que era grande? Ou eu que era pequena???  Mas lembro que lá dentro tinham tucanos, papagaios e periquitos lindinhos, saracuras,sabias, duas garças lindas,outros pássaros que não lembro seus nomes.Tinha vida aquele lugar...
Quando ele entrava no viveiro os animais pareciam que o identificavam. Piavam, trinavam, usavam sua linguaguem para saudá-lo e ele se divertia. 
De longe, sempre observando-o ficava o Faisca, um vira lata cinzento que trazia alegria a todos e se encantava com suas grandes mãos que o acariciavam.
Lembro ainda que, a Vovó ficava muito braba porque o Vô Othon sentava á cabeceira da mesa, na copa, para tomar café da manhã ou lanche e tirando o miolo do pão, fazia bolinhas e de lá as lançava para o viveiro.Sempre acertava. As crianças ficavam admiradas... os pássaros gostavam bastante.Numa irreverencia total!
Como criança era isso que eu gostava e me divertia e hoje recordo bem.
Conhecemos outras historias que a mãe nos contava, a Vó Hilda também,pois quando ele se foi eu ainda era uma menia.Contavam que haviam  os saraus no Palácio do Governo em que o Vô tocava piano e a Vó cantava. Dizem que ela era uma cantora especial.E eu acredito.
Até hoje, quando escuto o Nocturno de Choppin, eu me transporto para a porta da sala de música, pois era ali, sentada, ao anoitecer, que eu gostava de escutar meu Avô tocar em seu piano esta bela musica. Tinham muitas outras,porem esta me fascinava e hoje me emociona.Ainda me emociona ouvi-la, sempre e em qualquer lugar.
Seu gabinete era território proibido na casa, em tese, porque todos os netos ali transitavam e ganhavam papéis para escrever e podiam contar os inúmeros livros nas estantes.Seu local de trabalho seduzia a netarada.Ali tinham belos quadros, duas poltronas de couro marrom escura, muito confortáveis de sentar e deliciosas de pular.O lugar perfeito para se sentir sua respiração, seu carinho e viver com ele, nosso amado vovô.
Enfim ,como era meu Avô OTHON? 
Um avô dedicado,amoroso,bagunceiro,tagarela que contava historinhas intrigantes e sensacionais. Fazia versos para nós que ate hoje me lembro." Bem ao pé da parreirinha que o vento sul derrubou, havia uma roseirinha que o frio de julho matou"...e muitos outros.
Um avô de verdade;
Que saudades!

sexta-feira, 13 de março de 2015

Celle, uma jóia na Baixa Saxônia

Ao planejarmos o roteiro de viagem necessitávamos de um local para uma parada estratégica, antes de chegarmos a Hamburg, sem stress.
Olhando o mapa descobrimos Celle. Uma cidade da Alemanha, capital do distrito de Celle, estado de Baixa Saxônia. A cidade situa-se a 120 km ao sul de Hamburg e foi mencionada pela primeira vez em 986.
Imaginem que tesouro!
Ao chegarmos ficamos extasiados...Que cidade lindinha, com praças cercadas por casas enxaimel, na sua  maioria datadas de 1600, com excelente manutenção e fazendo  de cada uma delas um recanto especial.
Há um hábito de colocarem a data de construção e/ou reformas em suas fachadas. Notamos que  a grande maioria era datada de 1.600, em suas primeiras década. Diz o Guia da Folha que há 480 casas nesta situação.Deslumbrante!

Como em todas as cidades da Alemanha, lá estava a feira semanal, com seus produtos  vindos do campo,barracas de bratwurst,flores, queijos, carnes e outras coisinhas deliciosas e também chinelos, gorros e luvas tecidos a mão.Uma festa!Eu adoro.



No outra praça havia uma exposição dos bombeiros e seus equipamentos mostrando sua história.
 Ricardo gostou muito de um dos carros.
E como as pessoas aproveitam estes espaços!
E nós nos divertimos passeando entre o povo local e sentindo a dinamica da cidade, a alegria do povo e a atmosfera da pujanca do pais.

Mas o que mais impressiona é que ninguém depende de carros, caminha-se pelas ruas, usa-se bicicletas ( o que é uma delícia) e todos respeitam os espaços que todos podem usufruir.Tudo é feito a pé, os amigos são encontrados nas ruas, o comércio prospera e a cidade vive!
Fomos ao Centro de Informações Turísticas e lá mesmo fizeram contatos e nos reservaram um hotel, dentro da faixa de preço que desejavamos, sem burocracia ou taxas.
O hotel, bem próximo do Centro Histórico, ficava  num casarão datado de 1603, administrado por familiares.Seus proprietarios adequaram seu interior e o deixaram bastante aconchegante, com uma decoração moderna e belíssima, respeitando sua historia e arquitetura.

O restaurante ficou muito bem instalado e a chef ( neta dos donos da casa) nos oferece uma variada, elaborada e boa comida.
Reparem no detalhe da adega em grade de ferro...dividindo os espaços e mantendo os vinhos na posição ideal.

Niagara Falls

Tomamos um trem em New York, na Pen Station, através da Amtrak (http://www.amtrak.com/maple-leaf-train ) com destino a Niagara Falls.
O tempo previsto de viagem foi de 09,30 horas. Saindo ás 10:20 a.p. e chegada prevista para as 07:30, com custo de U$62,00 dólares por pessoa, em assento marcado.
No início achamos que seria muito tempo, mas considerando as paisagens que iríamos ver, isso seria de menos, afinal estavamos passeando. O aproveitamento visual valia o tempo.
Bilhete comprado, online no Brasil e como estávamos no hotel TRYP by Wyndham Times Square South (345 west 35 str.), próximo a estacão, o horário foi perfeito.
A viagem começou bonita, margeando o Rio Hudson, passando por locais lindos e cidadezinhas agradáveis,enquanto estávamos nos EEUU.
Depois ele adentrou ao Canada e a paisagem mudou.Sem nenhum atrativo...
O trem era confortável, com wifi disponível,  que deixou a viagem mais interessante. Acompanhávamos, no Ipad, no googlemap e identificávamos todos os lugares que passavamos.
Chegamos ao final da tarde no lado americano de Niagara Falls. Que tristeza!
Imaginem Cataratas do Iguaçu ...lado paraguaio: seria EEUU e a maravilha do lado canadense ali.
Pegamos um táxi,velho e sujo, dentre os 03 únicos disponíveis na parada do trem. Não tem uma estacão e sim uma parada no meio do nada...até pensei que o trem tinha errado o caminho...

Pois bem, carro andando e o motorista nos pergunta donde somos e para onde vamos.
Na resposta de brasileiros e destino Niagara Canadense, ele liga ao telefone fala...fala...recebe respostas e ...
nos deixa na entrada da ponte Rainbow, que divide os dois países PARA ATRAVESSARMOS A PE!
Negou-se a nos levar porque a fila de transpor a ponte estava muito longa ou outra coisa que não entendemos.
Ao atravessarmos a ponte até não foi ruim, porque no horário as cataratas estavam iluminadas e a visão é privilegiada.Ate aí, estávamos achando graça, fotografamos bastante e chegamos na aduana. Imaginem dois malucos, da terceira idade, eu de colar cervical,atravessando a ponte a pé, de malas nas mãos...o que poderia pensar a agente da migração????

Depois de algumas muitas perguntas, respondidas e  após apresentadas as reservas hoteleiras, não tivemos problemas.Afinal, eramos meros turistas!
Valeu a pena, porque daquele lado o que vimos foi espetacular.
Ruas lindas,largas e limpas.Muita gente bonita circulando, hotéis deslumbrantes, comercio variado e uma gastronomia diversificada, parque de diversões, agito e burburinho.Uma cidade de lazer.
Chegamos  ao hotel e adoramos.O hotel merece um post.
Estávamos no Canada, visitado a Niagara Falls e a viagem realmente iniciou.
Portanto,não recomendo a viagem de trem, Amtrack, de Nova York para Niagara Falls!