Seria agora, na próxima semana nosso Encontro 2020. Mesmo
com este ano, de número tão bonito, o encontro foi adiado.
Neste momento não sabemos nem o que poderemos fazer amanhã
ou na semana que vem...
Devemos exercitar nossa paciência. É difícil, pois ainda não
conseguimos nos domar. Achamos que podemos fazer... e acontecer...é um momento
mágico, de reencontros e amor.
Assim vamos tendo de, quem sabe, redescobrir os talentos que
nem acreditávamos que ainda tínhamos...
Ou voltar a fazer coisas que fazíamos há muito tempo e
estavam esquecidas... bordar por
exemplo. Retomei com umas aulas, online e gratuitas, e estou me divertindo.
Ou fazer destes momentos de isolamento aqueles desejados
momentos em que nunca podíamos ficar sozinhas... Ficar de bobeira vendo TV...
Série, filmes, programas de reformas de casas, jogos de futebol ou vôlei... ou
até os Pelados e Largados...joguinho no celular ou não fazer nada.
Mas, alguma está mudando, percebo-o.
Acabaram as tardes divertidas em que sentávamos ao redor de
uma mesa e conversávamos muito, riamos muito mais e abraçávamo-nos com muito
carinho e comíamos mais do que devíamos. É sempre assim se der saudades, o
bolinho ia para o forno e o whattshap pipocando o chamado... mas, acredito que logo
retornamos, tenho certeza.
Também neste interim perdemos algumas parceiras do passado e
que sempre presente estávamos juntas. Iluminem-nos, queridas.!
Eu volto no tempo e lembro da nossa vida escolar, saudável, alegre,
movimentada e cheia de valores, descobertas, surpresas e aprendizados. Nossos
valores foram lapidados, os valores morais reforçados com aquilo que tínhamos
de casa e assim moldávamo-nos.
Lembro com saudades da “nossa Escola Normal São José”. Sinto
saudades do aconchego, das palavras dos mestres, do rigor das freiras conosco,
dos professores que nos davam tanto e exigiam também. Quem não lembra d.Iva
Feijó, no primário? Eta matemática difícil....do Medeiros e sua Geografia, do
inglês com a Belinha, história com a prof. Isabel Ghisi, Alvimera e Mariazinha, Ruth Althoff e Irmã
Marisa, as aulas de canto orfeônico no salão... Irmã Neves, Irmã Oda, foram tantos
que moldaram nosso caráter e nos fizeram ser assim boas meninas e mulheres guerreiras.
Da homenagem a Bandeira Nacional no pátio, toda sexta feira cedinho. Ah! A primeira
sexta feira do mês: missa ás 07: 30. Não podíamos comer nada desde as 20:00 do
dia anterior...nunca passei do ofertório. Pobre da Sandra Lorenzi, que sempre
estava ao meu lado e me segurava no desmaio. E as travessuras bobas, mas para
nós, grandes ou enormes... Descer pelo corrimão e a saia prender....abrir todas
as torneiras das clausuras...e muitas outras que nem todas sabem..
Comer sonho na cantina, ou o pão que trazíamos de casa, sem
nos envergonhar... Desfile de 07 de setembro e com orgulho ostentar aquelas
saias vermelha de pregas, uniforme de gala... Lembranças boas.
Passar na frente do Colégio, aquele prédio que era nosso e
que hoje nada tem. Não tem alma, não tem orgulho. Não tem sequer a vontade de
ser lembrado e visitado por suas lindas professorinhas, que ali cresceram,
sonharam e se tornaram estas mulheres. Eles sequer sabem que aquelas paredes
guardam um patrimônio incomensurável e gerações que lhe estão vinculadas por
laços de amor, de carinho, de formação.
Mas a esperança não nos abandona e logo voltaremos a ter
nossos Encontros do Passado, com as novidades da atualidade. Não podemos chorar
sobre nosso glorioso passado.
Que venha o logo o nosso Encontro.